Esvaziamento Cervical (Linfadenectomia) - Tratamento Cirúrgico das Metástases Cervicais

É a remoção completa de todas as cadeias linfonodais do pescoço, incluindo todos os níveis do pescoço (1 a 5), ou seja, da mandíbula até a clavícula. Está indicado quando na presença de metástases linfonodais clínicas, ou seja, identificáveis tanto a palpação quanto em exames de imagem, além de PAAF (punção aspirativa agulha fina – biópsia). Na versão clássica, também são removidos estruturas importantes como o músculo esternocleidomastoideo, a veia jugular interna e o nervo acessório. Na versão modificada, as estruturas importantes removidas na versão clássica são preservadas em parte ou na totalidade.

Neste caso, além do Esvaziamento Cervical Radical dos 5 níveis do pescoço, também se inclui na remoção outra área adicional a ser esvaziada, como por exemplo a cadeia linfonodal parotídea ou a cadeia linfonodal posterior do pescoço.

O Esvaziamento Seletivo normalmente se reserva para situações onde o esvaziamento foi indicado de forma preventiva, visando tratar possíveis micrometástases ainda não identificáveis. Nestes casos não é necessário remover os 5 níveis do pescoço, sendo removidos apenas os níveis mais próximos do tumor primário. Como por exemplo, no câncer de língua, o esvaziamento seletivo inclui os níveis de 1 a 3 somente.

Os Esvaziamentos Cervicais são cirurgias grandes, requerem sempre anestesia geral, instalação de dreno suctor e normalmente são necessárias incisões mais extensas para melhor exposição. O tempo de internação pode variar de um a três dias.

O Cirurgião de Cabeça e Pescoço é o especialista mais bem preparado para realizar os Esvaziamentos Cervicais com a máxima segurança, evitando deixar metástases residuais e também evitando danos nos nervos a serem dissecados e preservados na cirurgia (nervo vago, nervo hipoglosso, nervo acessório, nervo frênico, nervos do plexo braquial, entre outros).

Por fim, deve-se ao máximo evitar fazer biópsias abertas de linfonodos suspeitos de metástase, pois pode prejudicar o prognóstico do tratamento. Tais biópsias abertas, muitas vezes feitas por médicos generalistas, podem favorecer a disseminação do tumor no pescoço e dificultar o controle da doença maligna. As metástases devem ser investigadas somente com biópsia por agulha (PAAF) e devem ser removidas somente em bloco no Esvaziamento Cervical Radical e jamais em uma biópsia de linfonodo (gânglio) aberta. Na dúvida, consulte o Cirurgião de Cabeça e Pescoço antes de proceder a qualquer biópsia de nódulo no pescoço.