A glândula submandibular é nossa segunda maior glândula produtora de saliva.

Ela se encontra logo abaixo do corpo da mandíbula e é facilmente palpável. Ela pode ser sede de infecções, principalmente por cálculos (litíase) que entopem seu canal que leva a saliva até a boca no assoalho oral na frente da língua. Infecções com  litíase ou não, muitas vezes se ocorrem com certa frequência, podem levar o paciente ao tratamento cirúrgico para remoção da glândula doente.

Assim como a Parótida (nossa maior glândula salivar), a Glândula Submandibular também é sede de tumores benignos e malignos. Porém, a proporção de tumores benignos e malignos (câncer) na glândula submandibular é 50% para cada tipo de neoplasia. Portanto, praticamente metade dos nódulos que ocorrem na Glândula Submandibular são malignos (câncer), o que é mais preocupante se comparado com a Parótida onde apenas 15% dos nódulos são malignos.

Não tem uma causa conhecida específica para favorecer o aparecimento destes tumores, exceto pessoas que trabalham com radiação ionizante, tipo técnicos de RX ou dentistas que podem se descuidar de se proteger durante a realização de exames de imagem, o que aumenta o risco. Porém, a maioria dos pacientes com tumores na Submandibular não trabalham com RX e sua causa é idiopática e esporádica (não familiar).

O paciente percebe um nódulo endurecido, que não causa dor, de crescimento lento, logo abaixo da mandíbula em um dos lados do pescoço. Então, ao procurar o especialista em Cirurgia de Cabeca e Pescoco será realizado um Ultrassom de Pescoço que mostrará que se trata de um nódulo na Submandibular e não um linfonodo qualquer (“ïngua”).

Na sequência é realizada a PAAF (coleta de biópsia com agulha fina) e também solicitada uma Tomografia de Pescoço com contraste para maior avaliação da lesão antes de ser indicado o tratamento cirúrgico.

 

Independentemente do resultado da biópsia, benigno ou maligno, o tratamento é cirúrgico e não deve ser postergado. Isto porque as biópsias por agulha da Submandibular, assim como da Parótida e demais glândulas salivares, tem apenas 70% de acurácia, ou melhor explicando, tem muito falso negativo (biópsia boa porém o paciente na verdade está com câncer).

 

Resumindo, nódulo na Submandibular significa cirurgia e NUNCA acompanhamento!

Tratamento Cirúrgico

A cirurgia da glândula submandibular é muito tranquila, rápida e com baixa morbidade. É realizada com anestesia geral e a internação é de apenas um dia. A recuperação é muito fácil, sendo que em torno de 10 dias, o paciente já estará voltando às atividades habituais. A ausência da Submandibular não vai alterar a quantidade de salivação (as outras demais  glândulas compensarão).

A cirurgia da Submandibular é realizada através de uma incisão no pescoço normalmente a uma distância de dois dedos do arco mandibular. Na técnica de remoção da Submandibular, principalmente quando a cirurgia é para motivos NÃO  tumorais (infecção, litíase, etc), é aberta a cápsula da Submandibular e dissecada a mesma. Por fim, faz-se  a ligadura do seu ducto para remoção da peça. Neste caso é removido única e exclusivamente a Glândula Submandibular.

Para cirurgias quando se tem nódulos, ou seja, tumores, é altamente recomendado que a cirurgia seja na verdade um Esvaziamento Cervical do Nível I do Pescoço. Isto porque o esvaziamento cervical do nível I pode ser feito pela mesma incisão, sem aumento do corte, e não acarreta tempo cirúrgico a mais significativo, nem aumento da morbidade. A vantagem é que com o Esvaziamento do Nível I do pescoço, a Submandibular é removida com sua cápsula, o que aumenta a margem de segurança e também teremos os linfonodos que circundam a Submandibular para ser feito o Estadiamento patológico (para ver se o tumor já estava em processo de disseminação para os linfonodos ou se estava restrito à glândula). O Cirurgião de Cabeça e Pescoço que tem essa conduta, aumenta e muito o controle local da doença maligna, pois remove a peça em monobloco, o que oncologicamente é o mais indicado para as Neoplasias em geral, principalmente as malignas.

Riscos Cirúrgicos

Radioterapia