As glândulas paratireoides ficam atrás da tireoide, geralmente justapostas (aderidas), sendo que normalmente temos 4 glândulas (duas de cada lado).
Elas são responsáveis pela produção do hormônio PTH que controla o nível de cálcio do sangue. A falta do PTH acarreta queda do cálcio no sangue levando o paciente a câimbras generalizadas e necessidade de reposição contínua de cálcio e vitamina D ativada (calcitriol) para o paciente poder ter uma vida próxima do normal sem câimbras. Esta é uma complicação temida na cirurgia de Tireoide Total, onde as glândulas paratireoides podem ser removidas junto com a tireoide de forma inadvertida e indesejada conforme já discorrido no tópico de Tireoide aqui no site. Esta complicação gera o problema mais comum das paratireoides que é o Hipoparatireoidismo secundário a procedimento cirúrgico (remoção da Tireoide) que se trata de uma sequela cirúrgica.
Porém, existem as doenças específicas das Paratireoides, as quais vamos discorrer na sequência. Essas doenças geram excesso do hormônio PTH, ou seja, o Hiperparatireoidismo primário ou secundário. No hiperparatireoidismo o PTH em excesso remove o cálcio dos ossos levando o paciente a uma osteoporose severa se não tratado (ossos fracos sujeitos a fraturas).
São duas as patologias principais: Adenoma de paratireoide e Hiperplasia das paratireoides.
O Adenoma de paratireoide é um tumor benigno que ocorre em apenas uma das 4 paratireoides. Vale ressaltar que as lesões malignas das paratireoides felizmente são raríssimas.
No caso do Adenoma de paratireoide, ocorre que a paratireoide doente aumenta de tamanho e começa a produzir o hormônio PTH em excesso causando um aumento do nível de cálcio do sangue, mas nem sempre o cálcio está acima da faixa normal (calcemia normal). Isso dificulta bastante o diagnóstico porque a dosagem do hormônio PTH não faz parte de exames de rotina. Já o exame de calcemia é mais solicitado.
Quando enfim detectado que o PTH está alto, é solicitado o exame de Cintilografia de Paratireoide que vai sugerir o Adenoma e mostrar qual das paratireoides está doente para ser removida cirurgicamente.
Também é feito o Ultrassom para melhor avaliar a posição da paratireoide doente e facilitar encontrá-la na cirurgia já que estamos falando de um tumor bem pequeno que pode ser difícil de ser localizado no momento da cirurgia. Por isso, é muito interessante o próprio Cirurgião de Cabeça e Pescoço realizar o Ultrassom para orientá-lo melhor quanto a localização da paratireoide doente no momento da cirurgia.
A maior dificuldade e o principal risco da cirurgia do Adenoma de Paratireoide, é o cirurgião abrir, explorar e acabar removendo algo de forma enganosa que não é a paratireoide doente (adenoma), como por exemplo, remover um pequeno linfonodo achando que é o Adenoma. Nesse caso, o resultado anatomo-patológico da peça cirúrgica mostrará que foi removido algo que não se tratava do Adenoma (objetivo da cirurgia) e o paciente no pós-operatório continuará com a doença (PTH alto) necessitando ser operado novamente para resolver o problema resultando em duas operações, o que é indesejado.
Exatamente por este motivo, todas as cirurgias de paratireoides com o Dr Daniel são realizadas com pesquisa de Radiação no Intra-operatório com Probe Leitor de Radioatividade.
A cirurgia de Paratireoide com Probe Leitor de Radioatividade facilita identificar o Adenoma de paratireoide e se ter a certeza de que se trata do Adenoma e não de um Linfonodo cervical qualquer que existe na mesma região. Isto porque antes de se iniciar a cirurgia se infunde uma substância no paciente, o Tecnécio SESTAMIBI, substância radioativa que as paratireoides concentram, inclusive o Adenoma (paratireoide doente), o qual concentra a substância radioativa de forma muito acentuada.
Enfim, a recuperação cirúrgica é semelhante à cirurgia de Tireoide com apenas um dia de internação. A incisão cervical também é semelhante e na mesma localização que uma cirurgia de Tireoide.
Depois da recuperação cirúrgica são dosados novamente o PTH e o Cálcio atestando a normalização do quadro e a cura do Hiperparatireoidismo. Dessa forma se preserva a massa óssea do paciente e interrompe o processo de osteoporose causado pelo excesso do PTH.